Blog criado para compartilhar as dificuldades de uma gravidez precoce e coisas relacionadas à maternidade.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Renascer Mulher


Antes de pensarmos no renascimento desta mulher precisamos voltar um pouco mais em sua história e lembrarmos de como nascemos mulher, quando nossa feminilidade aflorou em nosso corpo, quando foi que percebemos que temos vaginas e que existe outro sexo além do nosso. Quando de fato nascemos mulheres? Foi quando ainda estávamos no ventre de nossas mães? Foi quando nossos seios despontaram? Ou quando menstruamos pela primeira vez? Ou na nossa primeira noite com um rapaz? Ou no orgasmo? Quando é que essa informação inconsciente passou a ser consciente?


Certamente cada uma de nós terá uma resposta, mas quantas vezes refletimos sobre isso? E quão importante isso possa ser? Já se perguntou o que te faz ser a MULHER que você é hoje? Quando digo mulher estou falando diretamente de sua sexualidade, de se sentir mulher e essa sexualidade vai além do sexo, pode ser simplesmente um carinho que fazemos em nós mesmas, seja ir no salão para nos sentirmos bonitas, seja apenas estar nua... não importa qual seja sua maneira de se sentir mulher, uma coisa é certa todas nós temos nosso jeitinho especial de deixar a flor da pele uma essência puramente feminina...


Mas vamos pensar um pouquinho mais além desta reflexão íntima, e se pensarmos que passamos por muitas etapas e que renascemos mulheres ao longo da vida e que ao fim dela fomos diversas mulheres, desde a mais frágil como a mais feroz? Podemos ser quantas mulheres quisermos, mas quando renascemos para este universo misterioso da feminilidade?


Passamos de meninas para moças entre 10 a 14 anos... depois de moças para mulheres quando atingimos a maturidade de um adulto por volta dos 20 anos... e de mulheres para senhoras quando temos a menopausa... mas quando foi nesse cronograma que renascemos?


Dentre todos os eventos desse grande universo feminino, o maior deles é o parto sem dúvidas, pois nessa transição que o nascimento de um filho nos promove, diversas coisas ocorrem tanto externas, quanto internas e é desse interior que quero falar.



Primeiramente o parto é uma explosão hormonal, principalmente de ocitocina, aquele hormônio que liberamos quando temos um orgasmo, pois é, se você ainda não sabia aqui fica uma informação valiosa, o mesmo hormônio do prazer sexual é também o que faz com seu útero se contraia desencadeando o trabalho de parto e é também o tal "sorinho" pra ajudar acelerar o processo aumentando as contrações uterinas, porém este "sorinho" é sintético, não sendo produzido pelo nosso corpo nem tendo os mesmos beneficios que o natural.


Michael Odent obstetra e cientista francês diz: “qual é a parte mais ativa em uma mulher em trabalho de parto?” - o cérebro. É ele que comanda todas as contrações uterinas, a intensidade com que acontecem, o ritmo do trabalho; é o cérebro que acionará e liberará no organismo da mulher hormônios que vão além do nascimento em si, agindo na transformação da mulher (e todas as outras fêmeas) em uma mãe. Alguns hormônios atuam não apenas no nível físico, mas também no nível comportamental e emocional, como a prolactina, que ativa o instinto materno, ou as beta-endorfinas que criarão o laço de dependência e cuidado entre mãe e filho.
Chegamos num ponto muito importante dessa nossa reflexão, a transformação de mulher para mãe e aqui RENASCE UMA MULHER... 
O parto em sua visão fisiológica vai além de expulsar o bebê para fora do útero, ele torna essa mulher que gerou uma criança em uma MÃE, que se respeitada em seu tempo de parir receberá os hormônios que lhe darão o instinto maternal, que fará jorrar alimento para sua cria em seus seios, que lhe ensinará a proteger mais a cria do que a si mesma, que lhe mostrará uma nova forma de amar, que lhe ensinará a deixar de lado o egoísmo. 


Depois deste evento inesquecível tanto consciente e inconsciente, esta mulher e este corpo feminino nunca mais serão os mesmos, ela agora terá uma nova visão sobre a capacidade de seu corpo, sentirá as mais diversas emoções que em sua maioria não podem ser descritas em palavras, sua cria nasceu e ela renasceu...
E isso ocorre a cada parto, a cada novo bebê, uma nova mulher renascerá, podemos renascer quantas vezes parirmos, por isso a importância de se ter um parto respeitado, minimamente humanizado, para que esse nascimento e renascimento aconteçam naturalmente e que se tornem o mais positivo possível.


Mas e agora? Quem é essa mulher renascida? O que de fato mudou nessa fêmea? A verdade é que não tenho essas respostas, porque afinal cada mulher renascerá a sua maneira, cada mulher será ainda mais única em sua essência, agora ela terá um novo adjetivo: MÃE! E se não for o primeiro filho será MÃE DE DOIS e assim suscetivamente, a cada novo bebê ela será uma nova mãe, entrará ainda mais profundamente nesse misterioso universo feminino.


Para viver esse renascimento de maneira profunda é preciso estar de corpo, coração e alma abertos para provar esta mágica transformação, deixar-se levar pela a ocitocina que está no ar, não ter medo de ser mãe e nem de tudo o que ocorre para que isso se conclua, entregar-se para o amor maternal.
Este texto não tem a intenção de ser um guia para viver a experiência de ser mãe, mas de levar a todas as mulheres para uma reflexão intima, própria e única, cada uma em seu interior para abrir ainda mais o coração para a maternidade, tenha sido ela escolhida ou não e se não foi no que pra você seria o momento certo, deixe se surpreender pelo o que está havendo em seu corpo, por esta transformação em seu interior que vai além de ter um bebê em seu ventre, mas sim uma explosão de sentimentos positivos, uma vivência única que pode ser muito prazerosa se você estiver disposta a passar por essa linda e mágica passagem de uma simples mulher, para uma GRANDE MULHER RENASCIDA!


Esse texto tem a intenção SIM de levar à uma reflexão para se ter um parto vaginal, ao mais natural possível, já que em uma cesárea agendada esta explosão hormonal não ocorre, mas também não estou dizendo que uma mãe que teve seus filhos por cesáreas não será boa mãe, afinal estaria criticando a minha mesma, que mesmo tendo passado pelas contrações do trabalho de parto, a via de nascimento da minha filha foi cirúrgica e nem por isso deixei de viver intensamente o meu maternal, o meu renascer mulher, porém sinto que pra mim isto foi incompleto, não ter sentido minha filha nascer ainda que eu tivesse que passar dores ainda mais cruéis as que passei, me deixou muito frustrada, porém me foquei em ser uma mãe puramente instintiva, deixei que toda aquela ocitocina que eu pude sentir correndo em minhas veias marcasse esse momento eternamente, pois eu senti e isso pra mim não tem preço e ninguém vai me roubar essa doce lembrança de poder sentir meu corpo se preparando para trazer minha filha ao mundo e essa intimidade e vivência me fizeram RENASCER MULHER! Porém sem querer criticar as mães de cesáreas agendadas, nelas esta vivência não ocorre, afinal neste instante se está grávida e no outro  já se tornou mãe sem passar por essa preparação que o trabalho de parto nos dá, essa transição com um mix de sensações que passamos durante as contrações e seus intervalos e com toda certeza o momento em si da expulsão, de poder sentir o bebê rotacionando dentro da pelve, senti-lo escorregar para o mundo... Isso tudo é puro êxtase!


Concluindo todo este discurso, a vivência de nos tornarmos mãe é sem dúvida um renascimento intimo dentro de cada uma e que pode ser vivido com intensidade, cada uma a sua maneira de ser mulher!

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Ser Doula

Finalmente chegou o grande dia, o primeiro de uma vida inteira, o transformador, o emocionante e o gratificante, o enfim Doula formada!

Pensar em mim mesma sendo Doula me faz sentir uma grande responsabilidade, porém também muito satisfeita e feliz.



Agora é seguir em frente pensando na missão que eu como Doula carrego dentro do meu coração, quero me entregar profundamente, me dar de todo coração e levar tudo o que há de bom para as gestantes, não só aquelas que podem pagar, mas para também aquelas que precisam de auxilio. Acho fundamental que todas as mulheres tenham acesso as informações, à uma assistência de saúde de qualidade e também lutar pelos seus direitos como mulheres e humanas!


Ser Doula vai além de uma ou algumas palavras, é um discurso inteiro, que precisa ser trabalhado dentro de cada Doula, para levar o melhor não só de si, mas levar o melhor que se pode oferecer em sua totalidade. Ser Doula é se colocar no lugar do outro, saber aceitar as diferenças, saber respeitar a individualidade de cada ser e também o momento de cada um. Ser Doula é acolher, acalentar, se doar, amar, respeitar, proteger, vincular, conectar, se entregar, cuidar, se dedicar, se disponibilizar, dar importância...


E hoje eu me pergunto: O que é uma Doula?


É aquela que cuida, protege, se doa pelo bem do próximo num momento tão especial de uma família!!!!
Agora formada!!!





Eu e minha parceira Maria, super querida!!!!!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

10 meses de fofura!

Hoje minha linda completa 10 meses, que passaram voando, são tantas coisas novas, gracinhas e momentos.
Sinto uma saudade tão grande de quando ela era recém nascida e tão calminha e quase não me dava trabalho... Mas chega de nostalgia, vamos falar do hoje.


Agora ela já está perdendo o medo de se soltar e ficar em pé sozinha, está comendo bem e já tenta falar papai, mamãe e já falou "teta" apertando meu seio, se foi coincidência não sei, mas fiquei boba! Também teve outro episódio cômico, o Ewerton olhou pra ela e disse assim "fala papai que eu pego você!" então a Duda gritou "papaieeeee" KKKK foi demais!


Hora de papar! Olha a cara suja de beterrada, rsrsrs
Não paro mais de ficar pela casa indo atrás dela, aonde ela vai preciso correr atrás, para evitar que ela se machuque ou coloque algo na boca que não deva...


Mas to amando essa fase, exceto pelo chororô toda vez que tiro ela de algum lugar ou pego algo da mão dela e quando está com sono, ah e também quando vou troca-la, ela nunca quer ficar no lugar, sai rolando por aí e quando tenho que trocar fralda suja de cocô é um tormento seguido de muito choro, no calor lavo ela no tanque, mas agora com o frio não dá pra ficar tirando toda a roupa e colocando embaixo d'água!


Rumo aos 11 meses que eu tenho quase certeza que ela estará andando...

quinta-feira, 12 de abril de 2012

9 meses da pequena



Os 9 meses chegaram, ou seja 18 meses de existência da minha gorduchinha linda, infelizmente não sei a data exata da concepção (queria muito saber, minha mãe sabe quando eu fui concebida), mas já foram 9 meses dentro da barriga e mais 9 fora.


No último mês ela aprendeu a engatinhar direitinho, a se apoiar nas coisas pra ficar em pé e quando quer colo, vem no meu pé ou de quem quer que seja e fica cutucando até conseguir, se não conseguir chora até parecer alguém solidário, claro né? rsrs


Ela também andou mandando uns beijos, mas já não quer mandar mais, mandou até pra cachorra da vizinha. Tá quase aprendendo a bater palminha, mas por enquanto ela junta uma mão na outra e sacode pra cima e pra baixo.


Também anda bem risonha, alegre, alegre, dá cada risada gostosa, que delicia dá vontade de morder e apertar. E por falar em morder, vez ou outra eu levo uma mordida na teta, mas só de eu me mexer ela percebe que não deveria ter mordido e solta, ahhhhh quase me esqueço, no último mês nasceram os 2 dentinhos de cima, agora ela tem quatro e uma mordida dela é de quase arrancar pedaço.
Tentei faze-la sorrir, mas ela quis ficar séria!


Quanto a alimentação cada dia é um dia, ás vezes come bem, no outro não quer nem saber de comer,com a colher é bem difícil, só come se eu colocar na boca dela com a mão e não quer mais saber de fruta nenhuma, faz aquela cara feia e fecha a boca, ela adora arroz e gosta também de cenoura e beterraba. Adora um biscoito de maisena... enfim fracassei geral na alimentação dela, queria que gostasse de frutas e verduras, mas só quer saber de industrializado ou comida temperada =( Mas felizmente o açúcar está moderado, só não é zero por conta dos biscoitos. Queria que o sal também fosse o minimo possível e to fazendo de tudo pra que seja bem pouquinho e claro continuo controlando tudo que ela come. Esse mês vou ver se consigo fazer ela comer proteína de soja, acho melhor, pois a digestão é bem mais fácil do que a carne em si e supre a necessidade de proteína.


Coincidências: 09 meses no dia 09 e 9 kilos, rsrsrsrs vou jogar no bicho, rsrsrs
Acho que não há mais novidades, mas ela não para de crescer e se desenvolver e isso é o mais importante! =D

terça-feira, 27 de março de 2012

Curso de Doulas Campo Grande MS 2012


Já deixei bem claro aqui no blog sobre esse meu desejo de humanização quanto ao nascimento e parto, portanto como futura enfermeira obstetra, resolvi começar sendo Doula que assume um papel importantíssimo nessa missão.


Vou ser periódica pra ser melhor compreendida!
Depois do nascimento da Duda percebi e descobri muito mais do que pudia imaginar nesse dia que transformou minha vida! Conheci melhor o trabalho da Doula, como atua, quais condutas ela costuma seguir, como é vida dessa mulher e me percebi compátivel com essa ocupação. Busquei cursos, informações, pessoas... porém com uma filha acabada de nascer e sem condições financeiras, adiei esse desejo.
Num certo dia acordo, ligo o computador e me deparo no meu mural do Facebook com um convite para participar do curso de formação de Doula aqui em Campo Grande - MS vindo do perfil da ReHuNa, me encantei e nem acreditei, encaminhei o email para coordenação e recebi logo os dados para participar do curso, mas havia um porém, a questão financeira. Fiquei muito aflita de não conseguir ajuda para participar do curso, mas tive FÉ e muito pensamento positivo e conseguir a ajuda financeira que eu tanto precisava!





Na semana do curso recebi um email com a programação e indicando aonde seria realizado, fiquei mais uma vez preocupada, pois era um lugar muito longe da minha casa e longe de linhas de ônibus. Um dia antes da data do curso peguei o ônibus que passaria o mais perto possível do local e percebi que seria muito longe... Mas ainda sim não foi empecilho pra mim e decidi que andaria o tanto que precisasse, valeria a pena!

Tinha a questão da bebê, com quem iria ficar... mas enfim, decidi pela minha sogra que seria a única pessoa disponível nas datas. Mas o meu coração de mãe ficou muito apreensivel e quase pensei em dar pra trás! Porém fui forte!

Posso dizer que o curso está sendo transformador, umas das melhores experiências da minha vida! Não vou contar o segredo desse curso, porque ele é único e pude vivenciar muito mais do que aulas, conheci pessoas, me conheci, me redescobri, descobri mais a minha feminilidade e mudei, me transformei, renasci e a magia que vivi ali jamais conseguiria ser descrita e ainda que pudesse acontecer novamente, não teria jamais a mesma sintonia e energia que teve nesses 3 dias de curso.

Descobri ainda mais que estou no caminho certo e que é isso me completa como profissional, mesmo a doulagem não sendo reconhecida como profissão, tenho certeza que é no processo de humanização de parto e nascimento que quero me centrar pro resto da vida, sempre senti que nasci para ajudar, amparar e acolher pessoas então porque não trasformar meu talento e instinto em profissão e missão de vida?

Esse curso apareceu no momento mais certo que poderia ter aparecido para mim, eu me sinto madura pra isso, como umas das ministrantes do curso me revelou que só me aceitaram por eu já ser mãe e portanto eu me sinto muito realizada de participar desse curso que vai muito além de ser o que é!

Foi um dos melhores momentos da minha vida participar desse primeiro modulo e estou muito ansiosa pelo próximo em Maio.

  • Agradecimentos:
Agradeço minha filha que abriu esse caminho na minha vida abrindo meus olhos pra esse lado da maternidade;

Agradeço a Marilda e a Renata por ministrarem esse curso aqui na cidade;

Agradeço a ReHuNa e a Casa da Luz por trazerem o curso para cá;

Agradeço meu tio Evaldo e minha vó Ambrozia que deram o apoio financeiro que eu tanto precisei;

Agradeço minha sogra Rose que ficou com a Duda nesses dias que estive ausente e por ter me hospedado em sua casa;

Agradeço a minha mãe que me deu apoio para seguir esse caminho;

Agradeço a Maria que conheci lá e virou minha parceira e amiga logo de cara e me deu carona todos os dias do curso, amei conhece-la;

Agradeço a todas que estiveram presentes, não vou citar os nomes, pois eu não lembraria de todas e seria injusta;

Agradeço aquelas que mesmo só virtualmente deram apoio e uma palavra de conforto quando eu precisei;

Agradeço principalmente a DEUS que esteve comigo todo esse tempo e que me deu forças quando eu mais precisei para não desistir no meio do caminho, Ele foi meu grande parceiro todo o tempo;

Espero não ter esquecido de ninguém nesses agradecimentos e meu sentimento neste momento é de gratidão à todos aqueles que estão envolvidos nessa minha aventura e redescoberta de mim mesma...

sexta-feira, 9 de março de 2012

Por que eu não pari????

Bom depois de tanto falar do assunto "PARTO" e da minha frustração com o fracasso do meu, fiz uma espécie de lista das coisas que deram errado e me fizeram cair na cesárea. Esses 8 meses me fizeram refletir e entendi que passar por isso foi uma escola e que me abriu os olhos para muitas coisas!

A primeira delas foi acreditar MESMO que no SUS as maternidade tem preferência pelo parto normal, que só fazem cesáreas em último caso MESMO. Acreditei que bastava esperar as contrações ficarem bem doloridas e ter um ritmo que pronto, era hora de ir pra maternidade, acreditei nisso desde que decidi ter o parto normal. Embora eu tenha lido bastante a respeito do parto antes do grande dia, li mesmo do que precisava, lia mais relatos de quem tinha tido partos normais e achava que ali tinha tudo o que eu precisava saber: a questão da dor! No começo pensava comigo, "se eu começar a gritar acho que não vão me negar anestesia!", mas comecei a ler sobre parto narural e decidi que não ia querer anestesia, que seria melhor pra mim e pra bebê ter um parto sem intevenções, mas tinha plena consciência de que por ser no SUS teria que ceder aos protocolos, como a episiotomia de praxe!


A segunda coisa a dar errado foi eu ter "escolhido" a maternidade que minha mãe e minha tia queriam, aonde minha mãe tinha tido meu irmão por cesárea, mas ela tinha uma indicação real então isso não me fez pensar que me passariam a faca... Elas queriam lá porque colegas de trabalho faziam plantão nessa maternidade e por serem conhecidas me tratariam bem... se não estou errada minha tia chegou a me dizer alguma coisa sobre parto "humanizado" lá e isso me deu uma certa confiança. Pensei mesmo que estaria em boas as mãos, mesmo não sendo a maternidade que eu REALMENTE queria. Passei os 2 últimos meses da gravidez tentando ter coragem de ir lá, mas era do outro lado da cidade e só de pensar na tragetória de ônibus, me cansava, então tive que contar com a sorte.


PS: não fui na maternidade quando meu irmão nasceu porque eu estava viajando e quando cheguei já tinham tido alta - meu irmão hoje tem 4 anos.


Ignorei a informação mais importante que recebi durante a gravidez... uma conhecida do orkut me contou que uma doula conhecida dela disse que o Hospital Regional havia humanizado o parto, mas aquela altura minha tia e minha mãe me faziam tanta pressão pela tal maternidade que nem tive força pra dizer que queria mudar de maternidade e como me soou como boato, achei melhor ignorar... Fui realmente ignorante demais nessa parte e isso é o que mais pesa na minha culpa, porque tive a chance e a oportunidade, mas tapei os ouvidos e fechei os olhos! Se arrependimento matasse eu não tava aqui escrevendo.


Cheguei a ler muito sobre a lei do acompanhante no parto e eu não tinha dúvidas do quanto isso seria importante pra mim, mesmo eu e meu marido tendo nos desentendido tanto na gravidez, sabia que ele naquele momento era quem eu queria comigo, afinal haviámos começado aquilo juntos então tinhámos que reiniciar juntos também! Discutimos muito sobre a lei e o que poderiámos fazer caso eles se negassem... mas êpa minha mãe enchia o peito pra falar da tal maternidade e do quanto ela era boa e blá blá e ela sempre deixou a entender que foi ela que não quis que meu padrasto a acompanhasse, ou seja não tinha muito com o que se preocupar afinal tinha uma LEI pra isso! PUTA QUE PARIU COMO EU SOU INGÊNUA! Pois bem, no dia P eu tive uma discussãozinha com o marido antes de sair de casa e não nos falamos enquanto estávamos no carro e nem na maternidade quando chegamos o que me fez entrar para o consultório sozinha e foi aí aonde ERRAMOS, sim erramos os dois, primeiro porque brigamos, segundo porque já haviámos decido brigar até fazer ele ficar comigo... mas na hora H ele simplesmente deixou pra lá... não fez nada pra impedir que eu ficasse sozinha! E eu simplesmente assim que entrei naquele local perdi todas as minhas forças e a covardia tomou conta de mim! Outro erro foi não ter ido lá antes checar se eu realmente teria esse direito!


Outra coisa que atrapalhou muito foi o sedentarismo, passei gravidez toda vendo Tv, no computador e fazendo poucas coisas em casa... Eu deveria nesse ponto ter ouvido o meu marido que me mandava sair um pouco da cama e ir dar uma caminhada pra melhorar o meu animo e porque faria bem pra mim, pra bebê e claro pro parto.


Outra coisa importante foi todo o stress que passei na gravidez, o que de algum modo acredito que travou o trabalho de parto, pois eu via tudo como um filme na minha cabeça, pensava no quanto havia agido errado e no quanto eu estava machucada, já que as coisas desde o começo não eram como havia planejado.


Também não tomei o chá de flohas de framboeseira como deveria, tomava um dia, 3 dias depois, tinha dias que eu tomava bastante, totalmente desregulado. Pra terem uma ideia sobrou mais da metada da caixa.Pra quem nunca ouviu falar uma explicação rápida: não há estudos cientificos que comprovem a eficacia, porém tomando o chá a partir das 36 semanas de gestação pode se notar diminuição de até 5 horas do trabalho de parto, ele ajuda a preparar o colo do útero.


Outro erro foi eu ter ficado ansiosa demais e portanto acabei indo pra maternidade cedo demais. Quando decidi que era hora de ir minhas contrações ainda não estavam bem ritmadas, mas vinham em torno de 5 a 7 minutos e já estavam bem doloridinhas, tanto que sai com uma cara péssima nas fotos de despedida da barriga antes de sair de casa. Na verdade mesmo eu tinha uma preocupação gigante... dependia do meu tio para me levar pra maternidade e ele acordava as 4 da manhã e como eu não queira incomoda-lo e muito menos atrapalhar o trabalho dele, já que se ele estivesse no trabalho ele não poderia sair pra ir me levar, acabou que as 7 da noite liguei pra ele falando pra ele ir me levar... Ou seja eu poderia ter ficado muito mais tempo em casa e acho que até teria aguentado. Fiquei pra lá de frustrada quando cheguei na maternidade e só tinha 2 cm de dilatação, pensei comigo "estou ferrada se já tá doendo assim e continuo com os mesmo 2 cm de ontem, o quanto ainda vai doer?" "vão me aplicar ocitocina tenho certeza" e naquela hora me arrependi de estar ali e não em casa curtindo minha famíla!


O fato de ter ficado com o acesso no braço me atrapalhou demais, mal aguentava ir até o banheiro carregando aquele suporte do soro e mesmo que eu levasse a bolsa de soro na mão não teria aonde coloca-la, já eu que precisava das 2 mãos, pois aquela altura não conseguia nem pensar direito, já doía muito. Então não pude caminhar, me mexer, ficar em pé, já que aquela agulha no meu braço me incomodava e eu não conseguia fazer muita coisa com ela me machucando, eu queria muito caminhar e não ter ficado tanto tempo deitada, mas era o único jeito daquela droga não me incomodar, assim como também não pude beber água e muito menos comer, ainda que fosse uma colher de açúcar!


Agora vou correr atrás do prejuízo, porque outra cesárea não quero não! E sonho com o parto domiciliar e espero que isso seja possível e irei até o fim para tê-lo, será uma longa trilha, mas sei que valerá a pena!




8 meses de muito amor e alegria


Hoje faz 8 meses que eu pude conhecer esse rostinho lindo!
Esse Anjo que mudou a minha vida pra melhor com toda certeza!
Que me deu a chance de descobrir o quanto é mágico ser mãe, que nada nesse mundo vale mais a pena do que ter ela do meu lado, seja aonde for!
Foi com ela que descobri que posso ir mais além de mim mesma, ela me fez descobrir até uma nova profissão, aquela que eu jamais teria imaginado se não fosse pelo nascimento dela!
Esses 8 meses passaram bem rapidinho sim e já tenho saudade de tudo isso, de quando ela era miudinha no meu colo e cabia nele, rsrs!

Ser mãe pra mim é coisa mais satisfatória que pode existir, é como ter um orgasmo múltiplo só que sem fim, parece que nunca vai acabar essa sensação maravilhosa, sentir a ocitocina correndo nas veias todos os dias ao acordar e ao ir dormir é a coisa mais gratificante que já pude receber!!

É pela Eduarda, o meu diamante vivo que eu VIVO!
Sem ela tudo perderia o sentindo e agradeço a Deus por ter me dado o melhor de todos os presentes!
Ela é tão pequena e ainda não entende nada disso, mas sei que ela pode sentir o amor que tenho por ela, o carinho e toda a dedicação que tenho em cuidar dessa coisinha linda!

Eu te amo minha Eduarda!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Como andam as coisas



Quero falar de como andam as coisas por aqui...

Já sabem que casamento nenhum é fácil, então só vou dizer que ainda estamos nos aguentando...

Desde que o ano começou a Duda foi se desenvolvendo e aconteceram várias coisas:

  • Duda caiu da cama pela primeira vez no dia 03/01/2012 - começamos o ano bem, rsrss, porém nada de grave aconteceu, apenas chorou muito e eu como boa mãe chorei junto. Foi assim: ela estava na cama brincando com seus belos mordedores, mas depois que aprendeu a virar de bruços esse passou ser seu esporte favorito, meu marido estava lá fora tentando consertar o ventilador que ele conseguiu detonar de vez, eu estava cuidando do jantar e ia sempre verificar se estava tudo bem com ela, fui lá e deixei ela de bruços no meio da cama, até então ela não conseguia rolar, mas mal cheguei na cozinha e ouvi o choro, saí correndo e quando me deparo com ela de bruço no chão, comecei a chorar com ela, lá de fora vem o Ewerton correndo e leva um tombo, levanta e pega a Duda do meu colo... enfim encurtando a história, ela ficou bem, tomou um remédio pra dor, dormiu a noite toda e ficou com um roxinho bem leve na testa.


  • Introdução dos sólidos: Xiii... Um caso a parte, hoje com 7 meses ela ainda não come nada, mal aceita um colherada e cospe tudo e já forçou até o vomito pra não comer...Vou deixar o vídeo falar por si... mas acreditem é assim até hj!



  • Os dentes: Depois de muito chororô, noites em claro, remedinho para passar a dor (não uso médicamentos sem prescrição médica, ospediatras me recomendaram e me deram receita), gegiva inchada, etc... Na última semana de janeiro apareceu a pontinha do dentinho da esquerda... rsrs não consegui tirar foto, uma pena snif snif, tentei e muito mas ela lacrava a boquinha e quando me via com a camera, parava de sorrir e começava a chorar querendo pega-la. Logo na outra semana o outro dentinho deu sinal e agora ela exibe pra quem quiser...



  • Ela aprendeu a sustentar o corpo, sabe ficar sentada e adora essa novidade, também aprendeu a rastejar ou seja, meus olhos tem de ficar extremamente atentos, senão...A Eduarda ama ficar no chão e rodeada de brinquedos e coisas como, controle da Tv, celular, qualquer plástico que faça barulho...


  • Aprendeu também a ficar em pé dentro do balde, banho de balde agora só quando eu precisar muito coloca-la nele e de maneira que eu não tire os olhos dela.


  • Ela agora fala "ba, ba, ba, ba, ba..." e já disse até mama, que linda...


  • Aprendeu a dormir com massagens nas costinhas, adora e as vezes só dorme assim!


Vamos falar de mim agora, ok?

Eu prestei vestibular e estava decida a ir para faculdade de enfermagem, decidi que quero ser enfermeira obstetra e quem me acompanha nas redes sociais sabe que sou mais do que a favor do parto vaginal e que seja humanizado...
Passei, mas não fiz a matricula, por 2 principais questões, a primeira financeira, meu orçamento ficaria demais apertado, e o outro motivo é que meu marido resolveu logo agora estudar, queria levar a Duda pro colégio, eu jamais aceitaria essa situação... ela é um bebê ainda pra ficar enfiada numa sala de aula com bando de gente estranha!
Tem também a amamentação que quero que seja o mais prolongada possível, eu não ia conseguir tirar 2 mamadeiras de leite por dia e também não quero que ela use mamadeira ou tome NAN com frequência.
Adiei por ano a faculdade, não foi fácil essa decisão, chorei muito, pensei bastante e quase entrei em crise, mas ano que vem vai chegar logo e pode ser que muita coisa até lá mude e que seja pra melhor!
Fora isso a vida segue, eu aqui cuidando da Dudinha que está cada dia mais esperta e exigente e sobrevivendo ao stress de ficar em casa com ela, aguentando essa rotina que é difícil sobreviver!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Você sabe o que é Doula?











Você já ouviu falar em Doulas? Sabe como é o trabalho de uma?

Hoje vou falar dessas mulheres que são verdadeiros anjos para a humanização do parto.

A origem da palavra vem do Grego que pode ser entendida como escrava ou serva, aquela que serve a mulher.

A doula sempre existiu, sempre esteve presente durantes os partos ao longo da história, era aquela dava apoio a parturiente e auxiliava dando apoio físico e emocional podia ser a mãe, a cunhada, a avó, qualquer mulher que tivesse mais experiência com aquela situação. Coma hospitalização dos partos elas foram sendo esquecidas já que hospitais seguem protocolos e há um profissional para cada etapa do nascimento, porém com a tecnização esqueceram que a mulher precisa de apoio emocional e físico para parir tranquilamente.






Sua existência é demais valiosa para aquelas que estão buscam um parto mais humanizado e que sentem-se inseguras quanto a chegada de seus
bebês.

Atualmente vem crescendo o números
de Doulas pelo Brasil e também pelo mundo o que é bastante benéfico para a saúde das mulheres e bem estar durante seus partos.
Elas dão assistência durante a gestação, parto e puerpério.

•Durante a gravidez: elas auxiliam essa mulher a encontrar a melhor forma de ter o bebê, a escolher as intervenções que a gestante estará disposta a aceitar, ajudam a elaborar o Plano de Parto e explicam procedimentos médicos que podem ser ou não utilizados na hora do parto.

•Durante o trabalho de parto: ela é responsável pela assistência emocional, não só da mulher, mas também do homem aflito que ali se encontra, ela ajuda a parturiente a relaxar, se exercitar, se concentrar para chegada do bebê, faz massagens, ajudará no que for preciso para que a parturiente tenha o bebê tranquila e segura.


•Após o parto: ela ajudará com a amamentação e cuidados básicos com o recém nascido, auxiliando mais uma vez essa mulher em sua nova jornada com mãe.

No Brasil elas atuam de maneira particular em hospitais particulares, partos domiciliares, casas de parto e voluntariamente em hospitais públicos.

Estudos científicos recentes mostram que a presença da Doula durante o trabalho parto e parto tem sido eficaz e muito benéfica, fortalecendo a ligação mãe-bebê, trazendo tranquilidade, relaxamento e conforto.

O que os estudos dizem sobre a presença da Doula:
Sua presença pode:

diminuir em 50% as taxas de cesárea
diminuir em 20% a duração do trabalho de parto
diminuir em 60% os pedidos de anestesia
diminuir em 40% o uso da ocitocina
diminuir em 40% o uso de forceps.

Embora esses números refiram-se a pesquisas no exterior, é muito provável que os números aqui sejam tão favoráveis quanto os acima mostrados.


Observações: Doulas não substituem a equipe médica, não fazem exames clínicos, não podem fazer ausculta fetal nem exame de toque, mesmo que sua doula tenha formação em enfermagem ou qualquer outra área da saúde, como doula ela não pode exercitar outra profissão. 

Links úteis:





Vídeo Uma conversa com Doulas:

Doulas em ação

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

As três dores do parto

Depois da minha experiência de quase parto (isso me lembrou uma "experiência de quase morte", rsrs), recuperação de cesárea e a frustração de não ter tido o meu parto normal, cheguei a conclusão de que existem 3 dores de parto e vou compartilhar minhas experiências sobre elas!

Vou começar com aquela que todas temem, que eu acredito que seja mais por medo do desconhecido do que da dor em si, que é a dor do parto normal.
Sim é verdade que a dor é surreal e doí pra cacete e que cada contração é uma tortura, que parece que está te resgando toda por dentro, mas logo passa e vc respira e fica tudo bem, mas logo ela vem de novo até chegar o grande momento de empurrar o bebê pra fora, aquela hora de fazer força e que a cabeça do bebê começa a coroar, ela sai e em seguida você senti o corpinho deslizando pelo seu ventre. E pronto toda a dor do mundo acaba, vai embora e traz toda a felicidade do mundo no coração de mãe.
Mas há uma outra verdade que poucas conhecem, que a dor do parto vaginal pode ser gostosa, pode dar prazer e até mesmo provocar um orgasmo e o grande segredo está em se preparar para ela, não lutar contra ela, é se permitir receber essa dor focando que é ela que vai trazer o bebê para os seus braços, vi videos de parto de mulhres sorrindo durante as contrações, ouvi uma delas dizendo que "doí, mas é gostoso" e essa mesma dava gargalhadas durantes suas contrações!
É possivel sim sentir menos dor no parto, mas antes de mais nada precisamos aceita-la, o que eu não fiz, eu tinha muito medo e ansiedade dessa dor, mas estava disposta a encara-la e ir até o limite do meu corpo pra ter a minha filha no meus braços, mas quando ela chegou eu não a aceitei, fui contra ela e não com ela, pra não dizer que fui totalmente contra ela, somente quando tomei banho quente foi que consegui senti-la de outro modo, quando estava em casa ainda, fui tomar banho e ouvir uma música que me conectou ao meu interior, a música era Mother do grupo ERA, ela me fazia relaxar e sentir algo gostoso, o que me faz acreditar que é possivel SIM sentir prazer além da dor durante o trabalho de parto.
E estou disposta a recebe-la novamente quando for a hora!

Agora vem a dor da cesárea, meu Deus, não quero nem pensar, mas vamos lá...
Depois das 8 horas do efeito da Raquidiana, eu ainda estava meio dopada, mas podia sentir perfeitamente a dor em meu abdomem e foi aí que o verdadeiro inferno começou pra mim, precisei de ajuda pra tomar banho, mal conseguia sentar e deitar, quando precisava levantar e pegar a bebê do bercinho que estava ao lado da minha cama, parecia q tudo que tinha dentro de mim ia se abrir e meus orgãos internos sairiam pra fora, era terrível demais e pior era não ter ajuda nenhuma na maternidade.
Em casa o meu marido foi um verdadeiro Lord, se ofereceu a dar banho na bebê e não aceitou o meu NÃO como resposta, me ajudava a levantar da cama e a me deitar, cuidava de tudo e minha mãe também claro ajudou muito muito, principalmente fazendo comidinhas do jeitinho que a nutricionista da maternidade recomendou pra não interferir na amamentação.
Mas mesmo tendo todo o carinho e amor do mundo a dor era inevitável, doía pra sentar, levantar, deitar, era demais! muito pior do que qualquer contração que senti, mesmo as últimas que me pareciam não ter mais nenhum intervalo e eu permaneci com essas dores por uns 10 dias, até o dia em q tirei os pontos que mais uma vez foi torturante, nossa! eu confesso que gritei de dor, ainda bem que a bebê não estava no quarto senão teria se assutado e talvez chorado.
Sei que é vergonhoso e que a maioria das mulheres não confessaria isso publicamente de maneira alguma, mas vou contar porque aconteceu e gosto da sinceridade e verdade.
Acho que isso aconteceu uns 5 dias depois da cesárea, acordei no meio da madrugada com muita vontade de fazer xixi, não quis acordar meu marido pra não incomoda-lo, mas demorei tempo demais pra consegui levantar da cama e quando consegui levantar finalmente e colocar os pés no chão, não aguentei, aliás a minha bexiga não aguentou e fiz xixi ali mesmo em pé escorada na cama, não aguentei e comecei a rir, dei uma gargalhada e o maridão acordou assutado e quando percebeu o que estava acontecendo ficou assustado e ficamos ali rindo, porque é a melhor coisa a se fazer numa hora como essa, até que gritei minha mãe e ela veio e me ajudou a ir pro banheiro e limpar a sujeira que eu fiz, minha mãe coitada ficou tão sensibilizada ao me ver naquela situação já que não era uma cesárea que ela sonhara pra mim!
Mas sim, fiz isso sim por conta da tamanha dor que eu sentia que me impossibilitava de fazer qualquer coisa de maneira ágil. Isso é apenas um exemplo do reflexo do quanto a dor interferia em tudo o que eu fazia sim, porque pra tomar banho precisei de ajuda várias vezes, me sentar pra comer era horrivel, sentia tudo se abrindo e ainda tinha que cuidar dos pontos, mais uma vez mamãe me ajudava, trocar a bebê e dar vários banhos ao dia nela era uma verdadeira tortura, mal podia respirar aliviada e dizer "Sou mãe!" com ar de satisfação, estava sim absolutamente feliz, meu corpo transbordava de tanta ocitocina! Ainda não tinha me dado conta de que meu sonho de parir fora pelo ralo, mas depois que a dor da recuperação passou...


Agora veio a terceira dor que permanece comigo até hoje, aquela da frustração e que se fez presente durante a cesariana, mas que depois que a Eduarda nasceu eu a esqueci e deixei de lado, porém depois que a dor da cesárea se foi e eu pude respirar em enfim aliviada "Sou mãe!" e com esse peso da maternidade comecei a ter meu "Baby Blues" que é absolutamente normal, foi aí que a ficha caiu e pensei "Hei eu não tive meu tão desejado parto normal" e me enchi de questionamentos internos e buscava as respostas em cada segundo que se passava na minha cabeça lembrando da noite antes de cesárea, depois de muito tempo pensando, chorando, me culpando cheguei até fazer uma lista das coisas que deram errado pro parto...
Sabe me doeu tanto que me lembro de fazer agachamentos, fazer força, queria sentir minha filha descendo pelo meu ventre, sentir que ela veio de mim, mas tudo aquilo era em vão, cheguei até pensar em rejeitar minha filha já que eu não sentia que ela havia saído de mim, pensei pro várias vezes em entrega-la pra adoção e me livrar do peso de ser mãe e quem sabe junto esquecer que havia sofrido tanto pra traze-la ao mundo em vão!
Queria outra gravidez, outro parto, outro filho pra esquecer tudo aquilo que eu sentia, me doía demais, eu chorava escondido, chorava enquanto a bebê sugava, pensei em en gravidar imediatamente, me esqueci até do fato que pra se ter um parto vaginal teria quer um intervalo minimo de 2 anos depois da cesárea...
Sei que por meses quis outra gravidez e outro parto, não pensava na criança, só no parto que seria do meu jeito sem covardias, sem medo... Meu marido nessa aceitação foi meu heroí, que me manteve os pés no chão, que me lembrava do quanto nossa filha era especial e no quanto eu era forte por ter superado coisas muito maiores que a frustração de um "não parto".
Eu ainda não superei mesmo depois de praticamente 7 meses e sei que essa dor vai comigo pelo resto da vida, já que mesmo que tenha um parto do jeito que sonho no futuro, nada vai curar a cicatriz do meu coração por não ter dado o parto que minha filha merecia, afinal se ela foi concebida de forma natural, merecia SIM um parto com a natureza manda!